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Praia do Promirim

Com o aproximar da lua cheia, Promirim enchia-se de inigualável fascínio. Na calada da noite, a beleza natural de nosso satélite era anúncio de terror em terra. O sétimo filho homem de uma família moradora da praia do Promirim, o senhor João Berlamino, falecido há muito tempo, transformava-se no horrendo lobisomem, cachorro muito grande, de raça desconhecida. Ele vingava-se de quem o via: já matou gente com mordida, já matou gente com tiro. Pobre daquele que deixa-se ser visto pelo bicho.
O Boitatá, luz de fogo, que aparece na mata; a mãe do oro, que aparece no rio da cachoeira do Promirim, eram vistos com freqüência por moradores. O senhor Altivo, 77 anos, diz ter visto junto com outros conhecidos, há uns trinta anos, um OVNI de cor azulada, de tamanho muito grande, passeando pela praia. Depois da luz elétrica, é a única coisa que lembra ter visto ou ouvido falar.
Da rodovia BR101, ouve-se o murmúrio do mar que ecoa aproximadamente a 1km de distância. No desenrolar da estrada, observa-se um condomínio fechado que veio abafar os vestígios do misterioso passado, porém a beleza de Promirim parece ser intocável. Povoada por diversos pássaros que vão recepcionando ao longo do caminho, os encantos e recantos que direcionam até a praia, lembram um lugar de pura magia. Assediada por dois rios, oferece uns 1.000 metros de areia enfeitada por conchas e outros ornamentos naturais.
Mas os olhos exaltam-se é com a paisagem oferecida. Em frente está a Ilha do Promirim, aquela do último comercial da sundown, onde uma criança corre numa areia branquinha, lembra? Então, além da areia, a ilha guarda em sua encosta peixes ornamentais, tartarugas e animais marinhos curiosos. O translado até lá é feito pelo senhor Neco que fica no canto direito da praia; ele busca no horário que for determinado, sem cobrar mais por isso.
Ao longe, a certeza de que tem sempre algo maior que nós, o oceano, que fica ali às vezes bravo; às vezes, calmo, sábio guarda-segredos que talvez nunca saibamos. Professor, ele nos ensina a ler o tempo, pois é ele que traz e leva os quatro ventos; reserva o alimento e produz o oxigênio; busca um novo dia e traz a noite. Para quem o desrespeita, traz uma lição; para quem o admira, emana a Paz no coração.  Dos recantos, podemos descobrir um caminho guiado por bromélias. Exótico, desabrocha no "Recanto do Osmar", onde o tempero dos saborosos pratos e as bebidas criadas pelo proprietário é o segredo do quiosque, que durante o dia é o prazer do paraíso. Mas é em algumas noites do ano, como este próximo sábado, dia 10, que acontece o Lual do Recanto do Osmar, onde o caminho é marcado por tochas e os mistérios e encantos ficam por conta de cada um.
Para quem quer passar um dia em Promirim e apreciar uma comida caseira-caiçara de boa qualidade, é só procurar o restaurante da Pedrina.
Não se sabe ao certo o que significa Promirim, nome indígena, mas ele é o mais completo conjunto geográfico. Temos: a aldeia indígena, o sertão, a cachoeira, a praia, o rio e Ilha do Promirim mas, nem por isso, se envaidece, pois descobriu na simplicidade a arte do viver, a sabedoria!!!

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