Fatos e Fotos que contam nossa história

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Possivelmente, senão existisse o caiçara Edson da Silva, 66, parte de nossa história encontrar-se-ia muito mais fragmentada. Graças ao seu instinto curioso em relação a história local, desde os seus dez anos de idade despertado pelo seu pai, o então vereador Antonio Atanazio da Silva, em 1937, que unido a outros quatro vereadores da época formaram a comissão, a qual decidiu as diretrizes da grandiosa comemoração do terceiro centenário de Ubatuba, data da qual as ruas e praças passaram a chamar-se por nomes de pessoas que contribuíram para história do Brasil e que tiveram alguma influência direta ou indireta no município, fatos que envaideciam e estimulavam o menino Edson a sempre querer saber mais. 
Seu pai recebia documentos valiosos e com fotos que registravam e ajudavam a reconstituir a nossa história, assim foi envolvendo-se e começou a anotar tudo, a reproduzir fotos e guardar documentos. Quando os professores, por muitas vezes falavam algo errado, ele logo contestava e dizia: “Não é isto que está escrito nos registros do Instituto Histórico”. Segundo ele, os professores nem sempre gostavam deste procedimento. A sua curiosidade foi tanta que chegou a estudar a História da História. Naturalmente quando você começa a ver um assunto ele o conduz para tantos outros. Assim, Edson navegou por muitos livros que contaram-lhe os segredos desde a Idade Média até nossa contemporaneidade. Por volta de 48, ele teve que mudar-se para Taubaté para estudar, fazer o ginásio. Assim empacotou todo seu rico arquivo e deixou-o guardado por muitos anos. Depois foi estudar na cidade de Santos, onde concluiu o Científico (antes tinha o Clássico, Cientifico e o Normal), mas sempre que podia ia recolhendo material. Em Santos, casou-se com Mª Nisora Inforsato da Silva, 66, com quem vive há 40 anos e tem as belas filhas Mª Beatriz, 38, e Ana Cristina, 34, e é avô coruja de duas netinhas, uma ainda pequena e a outro que está para chegar em breve a este mundo. Em Santos, trabalhou como conferente na Alfândega, quando, em 67, pediu licença e voltou para Ubatuba para brigar pelas terras do seu pai, a área que hoje pertence ao aeroporto. Infelizmente só conseguiu um “triste” reembolso do Governo do Estado, que justificou-o com a crise econômica em que todos enfrentavam em tempos difíceis da Segunda Guerra Mundial. Com as filhas ainda pequeninas, ele e sua esposa resolveram efetivar-se em Ubatuba. Começou a trabalhar com aluguéis de casas, profissão que exerce até os dias de hoje. Foi então que deu continuidade ao seu hoby de estudar a história através de fotos e registros. Por muito tempo ele mesmo as reproduzia em seu laboratório particular, hoje prefere mandar fazer na capital. Em seu arquivo pessoal ele tem aproximadamente 400 fotos de fatos inéditos de nossa história, como comemorações de monumentos, o primeiro carro a visitar a cidade, inúmeros prédios em suas várias mudanças como, por exemplo, a igreja Matriz, enfim, seus inúmeros livros e recortes. Hoje Edson é convidado para realizar palestras nas escolas e faculdades, as quais está sempre disposto a fazer gratuitamente. Basta apenas dar o tema desejado. Por exemplo, na faculdade da Unitau já abordou diversos assuntos sobre o “Desenvolvimento da Hotelaria do Município”.
Ele conta e mostra as fotos de alguns prédios como, por exemplo, o Hotel e Restaurante Budapest, hoje prédio da Fundart; o hotel Tinoco, localizado onde hoje é o Hotel São Charbel. Segundo ele, o primeiro hotel pertenceu a Armando Bom, no prédio em frente ao Largo da Matriz, onde foi nosso último cinema, hoje abandonado, que posteriormente pertenceu a Idalina Graça. 
Conversar com Edson Silva é mesmo uma viagem no tempo e são tantas as informações que poderíamos escrever livros e mais livros com fotos e documentos. Durante dez anos, ele foi correspondente do jornal “O Estado”, onde ele enviava textos contando um pouco destes registros. 
Este semanário também usou muitas vezes suas informações documentadas e depoimento verbal: a história da Matriz, dos Três Brasões que a cidade teve, etc. Suas fotos estão sempre em exposições. As primeiras foram no Banco do Brasil; inaugurou com elas a Biblioteca Municipal e a Fundart. Sempre que as escolas solicitam, ele logo trata de prepará-las para mais uma viajem no tempo. 
Edson sente-se honrado de poder ajudar aos novos a entender o processo de nossa história, pois, quando iniciou sua rica coleção, fazia-a por prazer, nunca havia imaginado a importância que teria em um futuro próximo para todo um município, e que assim também estaria fazendo parte da importância da construção da história da mesma. Ele diz que seus livros e fotos são para ser consultados, pois na gaveta eles não têm nenhuma serventia. Quem quiser entrar em contato é só ligar para (12)3832-1275 ou visitá-lo em seu escritório na rua Liberdade, 410 - centro.