CampingObs: onibus até a estrada, depois sao mais uns kms a pé

Camburi

vista de cima da estrada rio santos

Camburi traz em sua memória a vivência de ter nascido em berço esplendido e em seu sangue a descendência quilombola. A primeira ou a última praia do Litoral Norte do estado de São Paulo, divisa de Ubatuba-SP e Paraty-RJ, localiza-se no km 1 da BR 101 (Rodovia Rio-Santos) a mais ou menos 2 km da pista. A praia que dá início às belezas de Ubatuba, marca sua presença não só pela magia do local mas pelo seu marco na história. Camburi refugiou os primeiros quilombolas vindos da cidade vizinha, Paraty. Josefa, a primeira negra, morou em toca horas acima da cachoeira da divisa junto com outros negros, porém, era ela que descia até a praia para buscar algum alimento. Sabe-se também da negra Cristina, que casou-se com o branco Maneco França, com quem teve 16 filhos. Dizem os moradores antigos que ela não gostava das pessoas de sua cor e cuspia no chão quando passava por um. Falam também que ela, quando velha, arrastava-se pelo chão como criança. Certamente, teria sido castigada pelo rancor que trazia em seu coração, vindo a falecer com 115 anos. A família mais famosa da época era a do Mestre Basílio, negro que deu origem a quase todo o povoado de Camburi. Séculos atrás, próximo à praia, tinha duas fazendas: uma delas era do Sr. Maneco Santos onde o emaranhado da mata rasteira, hoje em terra particular, reserva a estrutura do alicerce da casa grande. Na história, Camburi revela, através de ruínas, as paredes onde diziam ser o inferno da máquina de uma serraria construída por ingleses, que tiravam a preciosa madeira de nossa mata e exportavam. Para viabilizar o embarque, construíram no canto da praia um cais de madeira que várias vezes foi destruído pela maré. O mar, que muitas vezes se rebelava da invasão dos ingleses, dificultava a saída das embarcações, logo obrigando-os a abrir falência e procurar outras terras.  Os filhos de Camburi tem fome e sede por sua terra nativa, carregam o orgulho de serem caiçaras, mas dizem terem sido felizes quando não só olhavam para natureza e sim davam e recebiam dela. Nasceram em berço farto, onde a riqueza era a pesca e o plantio. Na vida simples, o entendimento de ser nobre O encanto de Camburi está presente na fantástica vista que a praia oferece em sua cachoeira no rio, nas histórias contadas pelos moradores, no simpático bar do seu Donato e, principalmente, no céu.                                       Quando o manto da noite cobre toda a vila que ilumina-se por velas e lampiões, o silêncio dá lugar ao deslumbre de objetos não identificados que visitam o local; todos afirmam ter visto incontáveis formas de luzes que não se sabe a origem, passam às vezes próximo, de um lado para o outro sobre o céu. Há uns três anos, dizem que teve um que tinha mais ou menos o tamanho de um fusca, que passou bem baixo, e variava de cor. Todos viram! Dizem que isso não os assusta, pois sempre foi assim. Movido pela fé, Camburi tem a esperança de que o progresso que ouvem dizer, um dia chegue à vila e com ele a estrutura para receber melhor os turistas e esotéricos que por ela se apaixonem, só falta você!

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